No coração da mata verde e vasta,
Onde o pulmão do mundo ainda espira,
As chamas dançam, o vento que devasta,
E em silêncio a natureza expira.
O fogo arde na terra seca e forte,
No cerrado, que antes era chão de vida,
Agora, sob o olhar da fria sorte,
A fauna foge, a flora está perdida.
O verde vira cinza, o céu se apaga,
A água clama, mas já não há fonte,
E o grito da floresta se propaga,
Ecoa pel céu, ecoa além do monte.
Queimadas ferem o peito da terra,
Desfazem sonhos, calcam esperanças,
Mas entre as cinzas, uma nova guerra.
A de salvar as vidas, as crianças.
Oh! Amazônia, queimada em tua essência,
Cerrado, guardião de tantos bens,
Que o futuro ouça a tua resistência,
E plante, em teu lugar, raízes de outro além.
Oh! Queimadas, marcas de abandono,
Rastro de fogo que ao futuro ameaça,
Destói a vida, apaga o sonho,
E no silêncio, a esperança esvoaça.
Mas que o renascer seja nossa prece,
Que o fogo se apague em nossa ação,
E que a natureza em paz floresça,
Com mãos que curam e um só coração.
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